Doce de Amora

Este fim-de-semana voltámos à Rocha. A Lénia e a Sara lamentaram não termos levado máquina fotográfica (esta fotografia veio daqui)... eu acho que hoje a Rocha é um lugar triste, profanado pelas estradas florestais que agora mais parecem autoestradas, pelos poços, guarda-chuvas e as grandes pereiras da tia Nininha que desapareceram para dar mais 5 mestros de estrada à auto-estrada, pelos campos abandonados... Com o fogo, muitas árvores grandes despareceram e a paisagem desnudou-se o que fez com que as entradas secretas pareçam vulgares e que sítios que demoravam tempo a passar e metiam muito respeito, hoje se façam com a maior das tranquilidades... Ai progresso! Ai mentalidades tacanhas e sem perspectiva! Ai poderes políticos irresponsáveis e ainda mais tacanhos! (sim, porque aquelas estradas enormescas não são de certeza para passarem os tractores dos agricultores!)
Ainda assim, a Sara, que tem 11 anos, voltou bem contente. Depois das apostas pelo caminho, a balança lá nos disse que tínhamos apanhado 1,300kg de amoras... Bem tentei proibi-las de comê-las durante o caminho, mas desconfio que não consegui... No final, o nosso trabalho e a dádiva da natureza rendeu-nos 4 potes e uma tupperware de compota! Bem bom!
Eu gosto de, em tempo de Verão, preparar o Inverno. Para o próximo fim-de-semana haverá doce de tomate e de pêra rocha, mas em quantidades bem maiores...
Quanto à Rocha, há certamente que agir!

Receita de doce de Amora,

Pesar as amoras e prepará-las, retirando os pézinhos e lavando-as. A seguir a doutrina dividiu-se, a minha mãe queria pô-as logo ao lume com a mesma quantidade de acúçar e apenas 10dl de água. Nós acabámos por seguir esse grande clássico que é o "Mestre Cozinheiro" e pusemos ao lume 40dl de água e açúcar, retirámos 200g do peso das amoras, i.e., ficaram 1,100kg de acúcar, e esperámos um bocadinho, só depois colocámos as amoras... Quando elas começaram a ficar cozinhadas, triturámos, e depois foi esperar pelo ponto, em lume brando... sim, tudo se passa de uma forma bastante empírica! Como o doce ainda se cozinha quando se apaga o lume, deve-se apagar um bocadinho antes do ponto desejado - o que se vê pondo a colher de pau e vendo como ele escorrega...
Nada complicado, portanto!